As questões de fé e de espiritualidade têm vindo a intrigar o homem desde tempos imemoriais, desde que o homem é homem, e eu não sou nenhuma excepção. Apesar dos muitos "iluminados" que se dizem imunes às questões espirituais e religiosas e abanam os ombros perante o que lhes parece ser as puras evidências científicas - segundo as quais qualquer crença naquilo que eles denominam de "sobrenatural" se esvair num emaranhado obscuro de crendices e falácias -, apesar de muitas novas teorias dos diversos ramos da ciência serem apresentadas com uma imagem aparentemente desmistificadora em relação àquilo que dantes parecia pertencer ao campo dos mistérios, penso que poucos ficam imunes a um grande turbilhão de manifestações e de ideias no campo da espiritualidade, da religião e do misticismo.
Pretendem os cépticos - que no meu entender abusam do conceito desta palavra - que a ciência e as artes e outras manifestações do pensamento tidas por eles como "regulares" sejam os únicos campos do conhecimento dignos desse nome. Tudo o resto será ruído, má literatura, logros diversos de má ou de boa fé ou, sintetizando, puro lixo. Independentemente de este tipo de pensamento representar uma boa parte das elites intelectuais, não podemos ignorar a contradição inevitável em que tal pensamento incorre: se constituirmos um conceito de realidade que não envolve quaisquer mistérios estamos a criar por si só uma ideia, um conceito, uma crença. Como bons cépticos, porque não pôr em causa esta crença? Que provas científicas a demonstram inexoravelmente? Ela dá as respostas a todas as perguntas e a todas as dúvidas científicas ou não, existenciais ou não? Evidentemente que a reposta a esta última questão é não e faz cair no campo da tão odiada subjectividade e do relativismo todo o cepticismo materialista que depreza e desdenha das "muletas" espirituais dos "idiotas" dos crentes, agarrando-se firmemente e cegamente às suas próprias muletas consistentes na sua teoria do acaso, usando e abusando das probabilidades matemáticas, que por serem cegas vão com quem as guiar para onde o guia bem quiser.
O agnosticismo como o nome bem indica é ausência de gnose, ausência do conhecimento, nunca a negação pura desse conhecimento. O cepticismo cobarde, aquele que desdenha e maldiz sem apresentar nada em troca, abriga-se precisamente no agnosticismo para evitar a triste conclusão de que a sua amada ciência afinal ainda não dá resposta às questões que sempre atormentaram e ainda atormentam o Homem, seja qual for a sua classe social ou o seu nível cultural: o que somos? donde vimos? para onde vamos? o que nos acontece depois da morte? O que demonstra a posição: "eu não acredito nisso, mas não sei realmente o que se passa. Não sei se é assim ou não".
Evidentemente é um direito que assiste a cada um distanciar-se desta forma das questões metafísicas, ou espirituais. Cada um escolhe os seus assuntos de interesse, as suas áreas de estudo. Podemos sempre refugiar-nos no nosso agnosticismo, simplesmente para confessarmos a nossa ignorância. O que por si só é uma atitude sábia, pois penso ser positivo sabermos e assumirmos aquilo que não sabemos. É um tomar de consciência do nosso microcosmos, da sua pequenez e das suas limitações face a um macrocosmos que ainda tem muito para explorar. É uma tomada de posição de humildade, de lucidez e um ponto de partida para o aguçar do espírito crítico. Por isso, será sempre um contra-senso fazer desta posição uma porta para a arrogância e o sectarismo intelectual. Muitos cépticos materialistas esforçam-se em muitas circunstâncias para destruir aquilo que muitos com um trabalho honesto e diligente constroem. Para quê? Para apresentarem como alternativa o argumento do agnosticismo, muitas vezes falso, através do qual fazem a sua retirada estratégica e cobarde, pois não têm a resposta para aquilo que outros se esforçam em responder. Limitam-se ao trabalho de negação, pois está sempre na moda a negação e desmistificação de algo, pois dá sempre um toque de classe e de irreverência. Por outro lado, muitos, estes mais honestos mas pouco inteligentes, rezam fervorosamente para que Deus não exista...
Pretendem os cépticos - que no meu entender abusam do conceito desta palavra - que a ciência e as artes e outras manifestações do pensamento tidas por eles como "regulares" sejam os únicos campos do conhecimento dignos desse nome. Tudo o resto será ruído, má literatura, logros diversos de má ou de boa fé ou, sintetizando, puro lixo. Independentemente de este tipo de pensamento representar uma boa parte das elites intelectuais, não podemos ignorar a contradição inevitável em que tal pensamento incorre: se constituirmos um conceito de realidade que não envolve quaisquer mistérios estamos a criar por si só uma ideia, um conceito, uma crença. Como bons cépticos, porque não pôr em causa esta crença? Que provas científicas a demonstram inexoravelmente? Ela dá as respostas a todas as perguntas e a todas as dúvidas científicas ou não, existenciais ou não? Evidentemente que a reposta a esta última questão é não e faz cair no campo da tão odiada subjectividade e do relativismo todo o cepticismo materialista que depreza e desdenha das "muletas" espirituais dos "idiotas" dos crentes, agarrando-se firmemente e cegamente às suas próprias muletas consistentes na sua teoria do acaso, usando e abusando das probabilidades matemáticas, que por serem cegas vão com quem as guiar para onde o guia bem quiser.
O agnosticismo como o nome bem indica é ausência de gnose, ausência do conhecimento, nunca a negação pura desse conhecimento. O cepticismo cobarde, aquele que desdenha e maldiz sem apresentar nada em troca, abriga-se precisamente no agnosticismo para evitar a triste conclusão de que a sua amada ciência afinal ainda não dá resposta às questões que sempre atormentaram e ainda atormentam o Homem, seja qual for a sua classe social ou o seu nível cultural: o que somos? donde vimos? para onde vamos? o que nos acontece depois da morte? O que demonstra a posição: "eu não acredito nisso, mas não sei realmente o que se passa. Não sei se é assim ou não".
Evidentemente é um direito que assiste a cada um distanciar-se desta forma das questões metafísicas, ou espirituais. Cada um escolhe os seus assuntos de interesse, as suas áreas de estudo. Podemos sempre refugiar-nos no nosso agnosticismo, simplesmente para confessarmos a nossa ignorância. O que por si só é uma atitude sábia, pois penso ser positivo sabermos e assumirmos aquilo que não sabemos. É um tomar de consciência do nosso microcosmos, da sua pequenez e das suas limitações face a um macrocosmos que ainda tem muito para explorar. É uma tomada de posição de humildade, de lucidez e um ponto de partida para o aguçar do espírito crítico. Por isso, será sempre um contra-senso fazer desta posição uma porta para a arrogância e o sectarismo intelectual. Muitos cépticos materialistas esforçam-se em muitas circunstâncias para destruir aquilo que muitos com um trabalho honesto e diligente constroem. Para quê? Para apresentarem como alternativa o argumento do agnosticismo, muitas vezes falso, através do qual fazem a sua retirada estratégica e cobarde, pois não têm a resposta para aquilo que outros se esforçam em responder. Limitam-se ao trabalho de negação, pois está sempre na moda a negação e desmistificação de algo, pois dá sempre um toque de classe e de irreverência. Por outro lado, muitos, estes mais honestos mas pouco inteligentes, rezam fervorosamente para que Deus não exista...
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