domingo, julho 30, 2006

Centenário

Canção da Ruazinha Desconhecida

Ruazinha que eu conheço apenas
Da esquina onde ela principia …
Ruazinha perdida, perdida…
Ruazinha onde Marta fia…
Ruazinha em que eu penso às vezes

Como quem pensa numa outra vida…
E para onde hei de mudar-me, um dia,

Quando tudo estiver perdido…
Ruazinha da quieta vida…

Tristonha… tristonha…
Ruazinha onde Marta fia
e onde Maria, na janela, sonha…

In: Canções - Mario Quintana - Porto Alegre, Editora do Globo, 1946

Faria hoje cem anos este grande poeta. Cá está minha homenagem ao seu centenário. Podia ser melhor... cada um faz o que pode...

sábado, julho 29, 2006

O fim da democracia



A condescendência dos regimes pluralistas para com certas espécies de gente malformada irá um dia minar os sistemas democráticos. A democracia sem limites de tolerância deixa de ser democracia e abre espaço à intolerância de vária ordem.
Onde estão então esses limites? É simples. Tão simples que até chega a ser básico. Os limites começam precisamente naqueles que abertamente condenam o sistema democrático, e dão-se ao luxo de apelar à violência, ao ódio e têm toda a liberdade do mundo e tempo antena para dar largas ao seu estreito coeficiente intelectual.
Os media gostam tanto de manifestações neonazis como dos incêndios no Verão. É a adrenalina toda em alta, as audiências em alta. As calamidades e todas as aberrações vendem muito bem. As perigosas ainda mais.
As polícias vão alertando para os perigos que constituem o mais elementar direito democrático de um partido recentemente legalizado. E cumprem a mais elementar obrigação profissional e humana. Simplesmente porque esse partido não é partido nenhum, mas sim um bando perigoso de gente deformada e com acentuado défice intelectual e disfunções de toda a ordem.
Não nos podemos escandalizar com a existência de partidos fundamentalistas islâmicos nos regimes multipartidários do Norte de África e do Médio Oriente, fenómeno que a mim também me escandaliza e assusta, nem com o poder dos Hezzebollahs, Hamas, AlQaedas deste mundo quando nós abrimos as portas e damos azo a que vírus internos contaminem aquilo que deu tanto trabalho e sacrifício a conquistar.
Ou a laxeza e a imbecilidade intelectualóide dos Pachecos Pereiras "abruptizados" dá lugar a acções firmes e rápidas (tais como aquelas que são preconizadas pela política internacional de Israel e dos EUA contra aqueles que eles chamam os "inimigos da democracia", e que em muitos casos eu apoio), ou caímos na mais caótica degenerescência que irá fazer com que os vindouros vejam um sistema democrático como uma coisa do passado que seus pais não souberam conservar por erros históricos estupidamente repetidos.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=237910

Vigília


Insónia e vigília não têm de ser a mesma coisa mas os conceitos confundem-se. Neste caso, o "Sonhos e delírios de uma insónia" faz deste modo uma vigília pela paz, pelo simples motivo, pela mais la palissiana razão de a paz ser sempre preferível a qualquer guerra. Isto sem as recriminações habituais dos pacifistas que confundem manifestações pela paz com manifestações anti-sionistas e antiamericanas. Por essas e por outras nunca fui pacifista, sou um vulgar cidadão que deseja a paz. Isso todos desejamos? Ainda bem. Não custa nada expressar os nossos desejos mais comuns. Quem sabe não se cria uma energia positiva...

sexta-feira, julho 21, 2006

A caça ao crime

In Estadão
20 de julho de 2006 - 20:01
Marcola afirma pagar advogados com dinheiro de seus crimes
Em depoimento à CPI do Tráfico de Armas, o suposto líder do PCC disse que seu patrimônio está avaliado em milhões
Luciana Nunes Leal


BRASÍLIA - O líder do PCC Marcos Camacho, o Marcola, fez referência a um patrimônio próprio de "milhões de reais" ao revelar à CPI do Tráfico de Armas que paga com dinheiro do crime a advogada Maria Cristina Rachado e outros profissionais que o atendem.
No depoimento fechado à CPI, em junho deste ano, Marcola respondeu com uma pergunta a indagação do relator Paulo Pimenta (PT-RS) sobre o pagamento de honorários: "O senhor já viu os meus crimes? O senhor já viu os valores?" Marcola continuou: "15 milhões (de reais) em um (assalto), 10 milhões (de reais) em outro, quer dizer..."
Com a quebra do sigilo bancário e fiscal de Marcola, aprovada em maio, a CPI espera fechar uma relação dos bens e investimentos do criminoso e, no relatório final, sugerir mudanças na lei que permitam o confisco imediato do patrimônio de condenados por crimes como assalto, roubo, seqüestro, tráfico e lavagem de dinheiro. "A sugestão será de inverter o ônus da prova. Hoje, o Estado tem que provar. Quero que o acusado prove a origem dos recursos que levaram àquele patrimônio", disse ontem o relator.


O meu comentário: queriam que o homem tivesse assistência legal de borla? Ou que ficasse a dever à advogada? Pelo menos é um homem honesto e paga o que deve. Tomara muitos com a ficha muito limpa que por aí andam... E já agora que a quebra do sigilo bancário, tanto no Brasil como em Portugal, que apanhe não apenas os Marcolas e quejandos que por aí andam. Pois esse nós já sabemos quem são e como funcionam. Tratem de apanhar muito peixe graúdo com máscara de homem (ou mulher) exemplar que enriquecem à custa de muitos assaltos ao bolso dos contribuintes e de muitas jogadas que só são possíveis em países nos quais apenas os Marcolas são os maus da fita.

quinta-feira, julho 13, 2006

"Parti do Alto"



No meio do caos surge o cosmos lá do alto. Ou seja, surgido da confusão da minha secretária há um CD que decide reflectir. Será que ele decidiu "partir do alto", como o respectivo autor, Caetano Veloso?

Foto de Pedro José Félix (em seus ensaios domésticos que não se sabe onde é que um dia vão parar...)

segunda-feira, julho 10, 2006

A minha geração é de ouro


Obrigado a toda uma geração de jogadores, que pôs o nosso futebol e a mim na idade adulta.
No célebre Mundial de Sub-20 de 1991, tinham estes jogadores a minha idade, 19 anos, na sua maioria (não este, o Ricardo, que teria 16, salvo erro). Era a primeira vez que os heróis da bola tinham a minha idade, ou que eu tinha a idade deles. Logo eu sou tão velho como a geração de ouro, por isso há aquela cumplicidade entre a malta da mesma geração. Agora está a carreira deles a acabar (nesta selecção só restava Figo, que agora renunciou) e a minha sabe Deus onde está... O único título foi precisamente o do tal Mundial de Sub-20, mas o que se conquistou, não é materializável em taças...
Agora começo eu e eles a termos o (des)prazer de ver os heróis da bola todos mais novos que nós. Alguns quase com idade de serem nossos filhos! Que vida esta! Mas há sempre a bola a unir-nos a todos.

domingo, julho 02, 2006

Passeio dominical


E que tal uma voltinha ao palácio, hum?... Eis um caminho dominical típico. Ir a um local onde ninguém mais se lembra de ir.
The Runaways - Wasted (live OGWT)

Quem disse que o mais genuíno rock é coisa de homens???